domingo, 16 de junho de 2013

Perigos das redes sociais



As redes sociais têm sido utilizadas para organizar, comunicar e sensibilizar populações e a comunidade internacional para a luta pelos direitos humanos e do ambiente.
Através das redes sociais organizaram-se entre outros os protestos no Mundo Árabe conhecidos como a ‘Primavera Árabe’ e as manifestações de protesto como ‘Que se lixe a Troika!’.
As redes sociais têm servido para reunir amigos, colegas e vizinhos, reencontrar amigos de quem se perdeu o rasto, arranjar contactos de trabalho, partilhar interesses, discutir assuntos e dar a conhecer os nossos gostos.
Apesar de tudo parecer fantástico, estas mesmas redes sociais têm também servido para criar problemas sociais: desunir e despersonalizar as relações humanas.
As pessoas vivem fascinadas com as novas tecnologias, e esquecem-se que apesar das muitas vantagens que isso nos trouxe (passámos a viver num mundo global e estamos mais próximos uns dos outros apesar das distâncias geográficas), o uso imprudente levou a que muitos perdessem a sua privacidade, tornando-se vítimas de abusos, de burlas, ou outros tipos de crimes.

Amizades reais ou virtuais?
Uma das grandes alterações nas nossas vidas diz respeito aos relacionamentos.
Que lugar tem a amizade na sociedade electrónica? É possível fazer-se 500 ‘amigos’ num dia? Julgamo-nos mais acompanhados mas não estaremos mais sozinhos que nunca? Aquilo que era ‘face2face’ passou a ser ‘globalface’. Passámos a poder fazer ‘amigos globais’ e ‘alimentar’ relações superficiais. As relações tornam-se mais competitivas: o número de likes, comentários e partilhas podem fazer de nós populares ou impopulares.
O termo amizade passou a ter uma nova definição. A amizade virtual é despersonalizada, superficial e do convívio invisível. Deixamos de sentir o cheiro, de tocar, de ver, de abraçar e testar a sinceridade e honestidade dos comportamentos.
No Facebook, por exemplo, aceitamos a amizade de estranhos, de pessoas que nunca vimos e de quem não podemos verificar a identidade.
Eventos como festas de convívio, festas de aniversários, almoços de amigos oferecem-nos a possibilidade de conhecer o amigo, o amigo do amigo e aquela pessoa gira. Nesses momentos partilham-se emoções reais, afectos e até comida feita com amor e prazer. Uma realidade genuína.
Na amizade real testam-se relacionamentos através da presença física.
A amizade virtual é como a ficção científica: convivemos com nicknames e personagens virtuais. Podemos fazermo-nos passar por uma pessoa que não somos nós.
Quando se trata de crianças e jovens isto é torna-se mais complicado uma vez que estas confundem as amizades virtuais com as amizades reais.

Tempo real de convívio
Vivemos a um ritmo acelerado. Perdemos muito tempo atrás do computador não só a trabalhar mas principalmente nas redes sociais. Isso retira-nos tempo para o convívio real tornando-se uma espécie de vício, obsessão. Isto não acontece por imposição mas por escolha livre. Deixamos de ‘saber’ comunicar de outra forma e nem sequer nos damos ao trabalho de conviver presencialmente. No caso das crianças é uma consequência do facto de terem deixado de brincar com outras crianças ao ar livre e ficado enfiadas em casa fechadas ou noutros locais por medos e receios dos pais e avós.
As pessoas refugiam-se cada vez mais nas redes sociais, onde podem esconder a verdadeira identidade, onde podem ser quem não são, onde podem bisbilhotar na vida dos outros sem que se seja visto, onde se pode estar on-line e ausente ou presente e off-line.

Riscos da imprudência
Na internet corremos o risco de publicarmos coisas que podem tornar-se perniciosas sem termos inicialmente consciência disso.
Ao publicarmos fotos, textos, frases, comentários podemos ser mal interpretados por pessoas que nunca nos viram.
Se por um lado podemos utilizar as redes sociais para denunciar situações injustas, graves e problemáticas, por outro lado as mesmas redes sociais são um instrumento que nos pode isolar, para nos pode tornar alvo de assédios, violações, fraudes, roubos e difamações.
Todo o cuidado é pouco com o que fazemos, enviamos ou publicamos on-line.
Se os perigos são grandes para os adultos, para os mais novos ou mais inocentes são ainda maiores.
Se pensarmos que há cada vez mais jovens a navegar na internet e que a faixa etária em que iniciam essa actividade é cada vez mais precoce (pré-adolescência: 9, 10 ou 11 anos de idade), teremos que nos questionar sobre a segurança e sobre os perigos que estas crianças correm.
Se pensarmos que existem milhares de jovens que se expõem e expõem a sua vida familiar diariamente na internet sem quaisquer cuidados, e que muitos deles chegam a revelar dados pessoais como a sua morada verdadeira e a escola que frequentam, os riscos e os perigos tornam-se ainda mais reais.
Ao exporem-se demasiado e ao tornarem públicas fotos e dados pessoais verdadeiros estas crianças e jovens correm o risco de ser vítimas de crimes.
Parece filme mas não é, são factos reais e por isso temos que estar vigilantes e alertar os jovens para os perigos que correm e evitar que as crianças criem páginas nas redes sociais.
A utilização cada vez mais intensiva e indiscriminada da internet e de redes sociais como o Facebook têm levado muitas pessoas e sobretudo jovens a apresentarem comportamentos perturbados e de viciados. Já há quem seja alvo de tratamento psicológico como se de uma outra qualquer dependência se tratasse. Já foi colocada ao nível dos vícios como jogos de computador, jogos de apostas, drogas, álcool, medicamentos entre outros.
As crianças e jovens que passam demasiado tempo nas redes sociais acabam por reduzir a sua capacidade imaginativa e não se desenvolverem socialmente.
Os riscos são grandes e reais para todos.

Informações públicas ou privadas?
No Facebook é possível dar a conhecer o estado das nossas relações afectivas, as nossas inclinações políticas, o local onde vivemos, a escola que frequentamos, o clube onde praticamos desporto.
As pessoas podem ver também os nossos álbuns de fotografias.
Através das nossas publicações e do sistema GPS, os nossos amigos podem localizar onde estamos a passar férias. Podemos ser continuamente observados, um Reality Show tipo ‘Big Brother’. Mas a escolha é nossa, porque publicamos muita informação.
Algumas pessoas pensam ingenuamente que não têm nada a esconder e definem o perfil como público.
Esquecem-se de alguns aspectos como:
- qualquer um tem acesso a toda a informação publicada.
- as entidades empregadoras têm acesso a todas as informações da vida privada dos trabalhadores  ou candidatos a um futuro emprego.
É isso que queremos? A escolha está nas nossas mãos.

Situações peculiares e mal-entendidos devido à utilização imprudente do Facebook

Para elucidar todo o exposto anteriormente neste artigo, eis aqui alguns exemplos:
1.    Conflito entre duas amigas através de alguns comentários no Facebook que levaram à morte de Joyce (Winsie) Hau, a 14 januari 2012 em Arnhem, Holanda. A liquidação,foi  realizada por um sicário, um jovem de 14 anos de idade.
2.   Sobre o impacto que o Facebook tem na nossa privacidade, e quanto ele pode, eventualmente, substituir a sanidade das pessoas, transformando-os em criminosos. Tipos de crimes bizarros Facebook:
 
3.    Mal entendidos. Por exemplo, Merthe uma rapariga holandesa convidou amigos e familiares para a sua festa de aniversário ‘Sweet Sixteen Party’ em Haren 21 de setembro de 2012. Esqueceu-se de tornar o evento privado. Alguns jovens que viram o convite no Facebook  e acharam engraçado partilhar o evento com os amigos. Os média reportaram o erro e assim o ‘Sweet Sixteen Party’ tornou-se um megaparty que acabou por gerar confusão e vandalismo: lojas saqueadas, montras partidas e prejuízos de muitos milhões de euros.
4.    Há encontros (jogos de risco) de hooligans de futebol são divulgados via Facebook.
 
Cuidados a ter
Para uma melhor utilização das redes sociais na internet e sobretudo do Facebook aqui vão algumas sugestões:
- Definir o perfil como privado
- Não aceitar pedidos de amizade de estranhos
- Proteger os álbuns de fotos
- Evitar o tagging de fotos
- Não dar a conhecer o número de telefone e o local de residência
- Não instalar aplicações desconhecidas.
 
Para os mais novos consultem esta publicação também: