quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Museu de Arte Contemporânea de Niterói (1996)

Recordando Oscar Niemeyer (15.12.1907-05.12.2012)


Um ano depois da Oscar Niemeyer ter falecido com quase 105 anos, permanece a obra do poeta da arquitectura. Era um escultor de monumentos, um poeta do betão armado. A sua obra tornou-o imortal. O seu legado é uma inspiração.Criava princípios próprios e dizia que a cultura era herança e transformação.
Walter Gropius, arquitecto fundador da Bauhaus, afirmou a Niemeyer: "Sua casa é bonita, mas não é multiplicável". Gropius era precursor do funcionalismo e opositor do individualismo na arte. Nos seus escritos, Niemeyer comenta assim o ocorrido: "Como alguém pode falar tanta burrice com ar de seriedade? Como pode ser multiplicável uma casa que se adapta tão bem ao terreno?".  
Ao longo da sua longa carreira são inúmeros os edifícios emblemáticos que criou.
Em 1947 projectou a Sede da ONU. Nos anos 60 do século XX ajudou a fundar a cidade de Brasília, projectando os principais edifícios da cidade.  
Em 1996 projectou o Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Em 1998 ganhou o Prémio Pritzker.
Com tudo isto e muito mais ficou para a história como um dos maiores nomes da arquitectura moderna.
Apesar de se ter tornado num grande arquitecto, era um homem desapegado do dinheiro e não acumulou riqueza. Chegou a doar alguns projectos tais como a sede do Partido Comunista Francês e o Centro Cultural Internacional em Avilés. E finalizou doando uma casa ao seu motorista.
Era um homem sábio e por isso recordo aqui algumas das suas frases dele:
‘Não me sinto importante. Arquitectura é o meu jeito de expressar os meus ideais: ser simples, criar um mundo igualitário para todos, olhar as pessoas com optimismo. Eu não quero nada além da felicidade geral’.
‘A gente tem de sonhar senão a vida não acontece’.
‘A idade não é importante. O que nós criamos não é importante. Somos muito insignificantes. O que é importante é ser tranquilo e optimista’.
‘A minha vida não tem nada de especial. Eu acho que a vida é um minuto. A vida é um sopro. Temos que ter a noção que somos pequeninos, temos que ser modestos’.
‘O tempo cósmico é muito curto. Tudo vai desaparecer’.
Não é o ângulo recto que me atrai, nem a linha recta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein.’
Morreu o artista, mas ficou a sua obra.