"O mundo que te ofereço, amiga"
O mundo que te ofereço, amiga,
tem a beleza de um sonho construído.
Aqui os homens são crentes -
não em deuses e outras coisas sem sentido
mas em verdades puras e belas,
tão belas e tão universais,
que eles aceitam
morrer
para que elas vivam.
É esta crença, são estas verdades
que tenho
para te ofertar.
Aqui a ternura não nasce
nas alcovas.
É uma ternura rude, violenta, amarga
nascida na dureza áspera da luta
em caminhadas longas
em dias de espera.
É esta ternura rude e amarga
que tenho
para te ofertar.
Aqui não crescem rosas coloridas.
O peso das botas apagou as flores pelos caminhos.
Aqui cresce milho, mandioca
que o esforço dos homens fez nascer
na previsão da fome.
É esta ausência de rosas,
este esforço, esta fome
que tenho
para te ofertar.
Aqui as crianças não envelhecem,
o seu riso é eterno,
brincam com o sol, com o vento,
com a chuva e os gafanhotos,
com espingardas verdadeiras,
com pedaços de granadas.
É este riso eterno de criança, este sol,
estas espingardas verdadeiras
(com as quais também brinquei)
que eu tenho
para te ofertar.
O mundo em que combato
tem a beleza de um sonho construído.
É este combate, amiga, este sonho
que tenho
para te ofertar.
Jorge Rebelo
Este poema foi escrito durante a guerra de libertação.
Uma entevista controversial. Façam o douwload aqui
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
O poema por acaso até é bonito mas o sonho de que ele fala tornou-se num autentico pesadelo para Moçambique. Este Jorge Rebelo, como ideólogo da ditadura marxista, foi uma das figuras mais tenebrosas da Frelimo e a entrevista mostra bem que este sujeito tem mente tacanha e não é coerente com a realidade. Felizmente este género de dinossauro está em vias de extinção!
Postar um comentário