São 7 episódios que tencionam retratar a sociedade portuguesa contemporânea. O autor António Barreto (sociólogo) tentou responder as perguntas mais simples. Quem somos? Onde vivemos? Como trabalhamos? Que saúde, que educação e que justiça temos? e conseguiu criar materiais fundamentais para compreender um pouco melhor o Portugal de hoje.
Para isso, o autor recorreu à comparação com o que Portugal era há três ou quatro décadas e sublinhou especialmente as grandes mudanças ocorridas desde então. É o mesmo país, mas os portugueses já não são os mesmos.
Vídeo do 1º programa - Gente diferente: Quem somos, quantos somos e onde vivemos?
Os portugueses são hoje muito diferentes do que eram há trinta anos. Vivem e trabalham de outro modo. Mas sentem pertencer ao mesmo país dos nossos avós. É o resultado da história e da memória que cria um património comum. Nascem em melhores condições, mas nascem menos. Vivem mais tempo. Têm famílias mais pequenas. Os idosos vivem cada vez mais sós.
Vídeo do 2º programa - Ganhar o pão: O que fazemos
O trabalho mudou muito nestas últimas décadas. A maioria dos portugueses trabalha nos serviços. Poucos trabalham na agricultura e ainda menos nas pescas. Muitos emigraram. As mulheres são metade das pessoas que trabalham, o que é uma grande diferença com o passado recente. Com a integração europeia, a economia portuguesa fez uma grande mudança. Todos vivem melhor, mas há muitas empresas que não conseguiram adaptar-se às novas condições
Vídeo do 3º programa - Mudar de vida: O fim da sociedade rural
A sociedade contemporânea, urbana, era ainda há pouco tempo rural. Mudou muito depressa. Muitos portugueses emigraram, a maior parte saiu das aldeias e foi viver para as cidades e para o litoral. O campo está despovoado. As cidades cresceram. As estradas aproximaram as regiões. Nas áreas metropolitanas, organizou-se uma nova vida quotidiana. Há mais conforto dentro das casas, mas as condições de vida nas cidades são difíceis.
Vídeo do 4º programa - Nós e os outros: Uma sociedade plural
Há quarenta anos, havia só um povo, uma etnia, uma língua, uma cultura, uma religião e uma política. Hoje, Portugal é uma sociedade plural. Primeiro a emigração e o turismo, depois a democracia, finalmente os imigrantes estrangeiros, fizeram de Portugal uma sociedade aberta. Falam-se todas as línguas, reza-se a todos os deuses, há todas as convicções políticas. Os Portugueses aprendem a viver com os outros.
Vídeo do 5º programa - Cidadãos
Com a sociedade aberta, a democracia, a integração europeia e o crescimento económico, os Portugueses são hoje cidadãos plenos pela primeira vez na sua história. Têm os direitos políticos e sociais e as respectivas garantias. As mulheres são iguais aos homens. Mas a justiça, que deveria acompanhar este progresso e adaptar-se à nova sociedade, tem dificuldades em garantir os direitos dos cidadãos.
Vídeo do 6º programa - Igualdade e conflito: As relações sociais
As famílias portuguesas têm hoje mais rendimentos e mais conforto. Em vinte ou trinta anos, o bem-estar melhorou mais que nos cem anteriores. Cresceram as classes médias. Desenvolveu-se a sociedade de consumo de massas. O comércio, as modas, a escola, a televisão e a cultura fazem uma sociedade onde todos parecem iguais. Mas subsistem diferenças muito importantes de classes, de poder económico, de geração, de sexo e de região.
Vídeo do 7º programa - Um país como os outros: A formação de uma sociedade europeia
Portugal já não se distingue, na Europa, como o país da ditadura, da pobreza e do analfabetismo. Embora ainda atrasado, os Portugueses são hoje cidadãos livres e têm acesso aos grandes serviços do Estado de Protecção Social. A educação, a segurança social e a saúde são para todos. Mas ainda há insuficiências, corrupção e desperdício. E deficiências na saúde, na educação, na segurança social e na justiça.
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4 comentários:
Já conhecia este documentário. Não se pode escamotear que o avanço em Portugal nos últimos 20 anos foi gingantesco.
Mas infelizmente, esperemos que sem exemplo, a mortalidade infantil, no ano passado, aumentou. Sabe-se que tem existido cortes cegos na saúde e em outros sectores. Não quero dizer que não se poderia gerir melhor o dinheiro, pois ele não é elástico.
Também curiosamanmete conheço pessoalmente um caso em que um casal optou por ter os filhos em casa, julgo com assistência de uma parteira. Só que uma das vezes correu mal, o bebé entrou em sofimento e tiveram que seguir de urgência para o hospital. Também são contra vacinas e optaram por ser ovo-lacto-vegetarianos. Este tipo de pessoas que defende esta filosofia de vida tem tentido a aumentar.
ola Ivone, vi o documentario, da pra ter uma boa prespectiva daquilo que se vive em Portugal e aprender mais da sociedade portugusa. obrigado
Zé, talvez a crise sirva para questionar muitas coisas. Não sou a favor de cortes cegos na saúde, mas há que gerir bem o dinheiro. O António Barreto numa entrevista com a Judite Sousa, há duas semanas, falava sobre isso. Referiu-se, por ex., ao facto de em muitos países no Norte da Europa não se comparticiparem tantas ecografias. Eu gostei que ele dissesse isso porque eu sei que aqui só se fazem mais ecos se houver indicação médica e em casos de risco.
Eu penso que muitas pessoas estão cansadas deste tipo de vida 'ocidental', e então, procuram alternativas, outras filosofias de vida etc. Se calhar, vida é feita de avanços e retrocessos. Há um livro interessante sobre isso 'O mito do eterno retorno' de Mircea Eliade.
Aqui os fundamentalistas Calvinistas (duma região chamada Staphorst e de mais uma que já não me lembro o nome) também não vacinam os filhos por motivos religiosos.
Emídio, sim para os moçambicanos também é interessante saber o que se passa em Portugal porque Moçambique herdou muitas coisas boas e más de Portugal.
Como sabes gostava muito de ver o teu filme sobre o Lobolo - aproveito para fazer publicidade - e ainda mais depois de ter ganho o prémio especial do júri do festival de cinema de Burkina Faso. Depois do que tu contaste sobre o lobolo procurei informações na net e li: 'O próprio ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, deu 55 cabeças de gado como lobolo para a família de Graça Machel'. Será que é verdade? Eu julgava que só os mais 'atrasados' aceitavam as cerimónias do lobolo.
Temos que marcar um encontro para ver o filme.
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