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Museu de Arte Contemporânea de Niterói (1996) |
Recordando Oscar Niemeyer (15.12.1907-05.12.2012)
Um ano depois da Oscar
Niemeyer ter falecido com quase 105 anos, permanece a obra do poeta da
arquitectura. Era um escultor de monumentos, um poeta do betão armado. A sua
obra tornou-o imortal. O seu legado é uma inspiração.Criava princípios próprios
e dizia que a cultura era herança e transformação.
Walter Gropius, arquitecto
fundador da Bauhaus, afirmou a Niemeyer: "Sua casa é bonita, mas não é
multiplicável". Gropius era precursor do funcionalismo e opositor do
individualismo na arte. Nos seus escritos, Niemeyer comenta assim o ocorrido:
"Como alguém pode falar tanta burrice com ar de seriedade? Como pode ser
multiplicável uma casa que se adapta tão bem ao terreno?".
Ao longo da sua longa
carreira são inúmeros os edifícios emblemáticos que criou.
Em 1947 projectou a Sede da
ONU. Nos anos 60 do século XX ajudou a fundar a cidade de Brasília, projectando
os principais edifícios da cidade.
Em 1996 projectou o Museu de
Arte Contemporânea de Niterói. Em 1998 ganhou o Prémio Pritzker.
Com tudo isto e muito mais ficou
para a história como um dos maiores nomes da arquitectura moderna.
Apesar de se ter tornado num
grande arquitecto, era um homem desapegado do dinheiro e não acumulou riqueza. Chegou
a doar alguns projectos tais como a sede do Partido Comunista Francês e o
Centro Cultural Internacional em Avilés. E finalizou doando uma casa ao seu
motorista.
Era um homem sábio e por
isso recordo aqui algumas das suas frases dele:
‘Não me sinto importante.
Arquitectura é o meu jeito de expressar os meus ideais: ser simples, criar um
mundo igualitário para todos, olhar as pessoas com optimismo. Eu não quero nada
além da felicidade geral’.
‘A gente tem de sonhar senão
a vida não acontece’.
‘A idade não é importante. O
que nós criamos não é importante. Somos muito insignificantes. O que é
importante é ser tranquilo e optimista’.
‘A minha vida não tem nada
de especial. Eu acho que a vida é um minuto. A vida é um sopro. Temos que ter a
noção que somos pequeninos, temos que ser modestos’.
‘O tempo cósmico é muito
curto. Tudo vai desaparecer’.
‘Não é o ângulo recto que me atrai, nem a linha
recta, dura, inflexível, criada
pelo homem. O que me atrai é a curva livre
e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos
seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito
todo o universo, o universo curvo de Einstein.’
Morreu o artista, mas ficou
a sua obra.