sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Polémica: Chocar ou Confrontar ?




A caveira 'Pelo amor de Deus' criada pelo artista inglês Damien Hirst está patente ao público Rijskmuseum de Amsterdão até ao dia 15 deDezembro.
Trata-se da peça de arte moderna mais cara do mundo. Com os seus 8.601 diamantes (num total de 1.106,18 quilates), avaliados em 18 milhões de euros, a escultura causou sensação e polémica desde a sua apresentação em Londres no ano passado.
Hirst explicou, quando apresentou a peça, que "Pelo amor de Deus" pretende ser "a vitória definitiva sobre a morte ".
Para mim uma obra de arte deste género cria um certo mal estar. Primeiro, porque se pretende ser a 'vitória definitiva sobre a morte' é 'a derrota definitiva sobre a vida', sobre os direitos humanos (Stop Trade in conflit diamonds), etc. Oiçam a música de Paul Simon 'Diamonds on the soles of her shoes'. Segundo porque impressiona o mau gosto, a falta de ética, etc. Parece que nos querem chocar, anestesiar. Sou confrontada todos os dias com os reclames desta obra de arte que estão espalhados por todas as estações de comboios aqui na Holanda.
Digam o que sentem ao ver esta craveira.

Vi um filme-documentário, FOREVER de Hedd Honigmann. Aí, a arte e a poesia vencem a morte. Aí o amor vence a morte. Passa-se no cemitério de Père-Lachaise em Paris. E faz-nos pensar no legado deixado por artistas e escritores (Chopin, Marcel Proust, Jim Morrison e Modigliani) e outros cidadãos comuns, tornarando-os imortáis.

Ainda sobre a morte, gostei de uma exposição que vi no Tate Modern em Londres, de um artista brasileiro, Cildo Meireles. Uma das peças 'Missão/Missões' trata da relação da igreja com a morte /a imortalidade.

Missão/Missões: faz alusão à morte de índios sul-americanos nas missões católicas, entre 1610 e 1767. Um tapete de 600 mil moedas de 1 centavo, 800 hóstias e 2 mil ossos de vaca que alcançam o tecto.


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